segunda-feira, julho 31, 2006
Tamanduá - Escultura de Carlos Augusto Nenha feita em parceria com Deus
NENHA E DEUS
Leonardo da Vinci aconselhava olharmos com especial atenção: as manchas nas paredes, os nós das madeiras, as nuvens em suas formações aleatórias. Visões concedidas a olhares privilegiados, de quem consegue estar atento às subjetividades desenhadas pelo acaso. Meditações que aprimoram nossa percepção. Para Platão, as esculturas sempre existiram dentro dos blocos de mármores. Aos escultores cabia apenas retirarem os excessos. Saber os limites desses excessos é tarefa do olhar, olhar que tem que ser educado e que é determinante na qualidade do artista.
Carlos Augusto Nenha é professor de parasitologia na UFG, ofício que lhe possibilita visões fantásticas oferecidas pelo microuniverso em que navega como pesquisador, perseguindo microvidas plurimorfas. Exercício que aguçou sua imaginação, abrindo a percepção para ver o que passa despercebido por olheiros apressados.
Nenha começou a colecionar esculturas naturais que coletava em suas andanças pelo Cerrado no município de Caldas Novas. São sobras de árvores, tocos carcomidos pelo fogo e ações do tempo, formas trabalhadas pela natureza, esculpidas com cinzéis de areia, chuva e vento, imagens agonizantes que lembram animais pré-históricos, esqueletos de vidas perdidas.
Percebendo que não eram obras prontas, sentiu necessidade de interferir, juntando peças, compondo cenários, criando situações que nos remetem às instalações. Como se fossem presépios que mostram não o nascimento de Deus, mas deuses morrendo, afinal: Deus é essa natureza que hora padece.
Gomes de Souza
Março de 2006
Golden gate by Gomes de Souza
“A Ponte” - Golden Gate
Começaremos nossa viagem pela Golden Gate, um dos pontos mais visto e famoso da Califórnia. A ponte liga São Francisco a Marin County (Condado de Marin), e a todas outras cidades do norte. A primeira é Sausalito, reduto de artistas, boêmios remanescentes da geração paz e amor. Velhos hippies, vencidos pelo tempo. As lojas e restaurantes de Sausalito são muito charmosos; nos bares, bandas de Jazz garantem a qualidade do som. Continuando pela Highway 101 North, outras cidadezinhas interessantes vão surgindo, logo à esquerda, esta Mill Valley, depois vem Tiburon, Corte Madera, Larkspur, Greenbrae, Kentfield, San Anselmo, San Rafael e por ai vamos, até Eureka... São cidades pequenas, Mill Valley tem 15.000 habitantes, onde vivem muitos artistas, escritores e músicos. Vez ou outra você cruza com gente famosa levando vida de comuns; indo a Shopping, Restaurante ou tomando umas...
São praticamente emendadas, espalhadas em vales e montanhas, com piers repletos de barcos.
O pedágio para cruzar a ponte de carro custa US$ 5. Mas, você pode cruza-la a pé, de bicicleta ou de ônibus. A vista que se tem da baia é fantástica, e vozes de turistas do mundo todo, te dá à impressão de estar subindo a torre de babel.
Quando esta coberta de neblina, suas estruturas em vermelho – alaranjado, se perdem no branco, é como caminhar sobre as nuvens, indo para o nada.
A construção foi iniciada em 1932 e terminada em 1937, fica 232 metros acima do nível do mar. No ano passado, 41 milhões de veículos atravessaram seus dois quilômetros de extensão. Sua estrutura tem 128.747.52 quilômetros de cabos de aço, três vezes a linha do Equador. Os dois cabos principais, cada um com 91 centímetros de diâmetro, passam sobre torres de aço de 227 metros de altura, e suportam uma rodovia de seis pistas além de duas calçadas, a 80 metros acima da superfície da água.
Para fixar os alicerces à prova de terremoto, foi necessário explodir rochas em águas profundas, e drenar milhões de litros de água. A construção da ponte foi considerada inimaginável por causa do constante nevoeiro da região, dos ventos que atingem 100 km/h e das fortes correntezas. O preço, US$ 35 milhões. 11 Operários perderam a vida no decorrer da obra. A cor laranja “International Orange” foi escolhida por compor com a paisagem a sua volta. A supervisão foi de Joseph Strauss.
Cenário de cenas antológicas do cinema.
No filme Um Corpo que Cai, dirigido por Alfred Hitchcock em 1958, foi da Golden Gate que Madeleine, a personagem de Kim Novak, simulava um suicídio. Na verdade, a cena foi gravada em estúdio e a imagem da ponte, projetada no fundo do cenário.
O suicídio na vida real, também é uma realidade nesse bucólico cenário. Muitos são, os que resolvem deixar a vida se atirando no abismo do portão dourado. Conta-se uma lenda, que o milésimo suicida da ponte, se matou somente para ser o milésimo. ..Coisas da Califórnia.
Gomes de Souza.
Carlos DACRUZ
Carlos DACRUZ é conterrâneo de importantes artistas da efervescente geração dos anos setenta e oitenta. Décadas frutiferas para as artes goianas. Dividiu criatividade com nomes como: Roos, Amaury Meneses, Gomes de Souza, Omar Souto, Iza Costa, Cléa Costa, M. Cavalcanti e tantos outros que aprendiam com os mestres: D.J. Oliveira, Cleber Gouvea, N. confalloni e Gustavo Ritter. Claro, todos iluminados pelo brilho de Siron Franco.
Começou a expor em 75, lá se vão 30 anos de embate entre a arte e a vida, confundindo uma com a outra, pagando o preço que pagam os que desviam do caminho pronto e traçado. Nesse tempo, perdeu a conta de quantas exposições fez. De quanto ganhou e de quanto pagou para ser um artista. Sofreu, ao descobrir que a arte é um ente ciumento que cobra atenção e dedicação, uma amante carente que persegue os criadores em seus pensamentos mais íntimos. Sua paleta grita em tons alegres, escondendo a angustia exibida em árvores, montes, casas e família voando pelos ares, dançando ao acaso pela superfície da tela. São temas autobiográficos. Dacruz, em certo momento de sua vida viu conquistas sólidas voarem surréalisticamente de suas mãos, época em que bebeu seu próprio coração.
Artista intimista de um virtuosismo barroco mesclando a contemporaneidade dos coloristas aos sentimentos dos poetas que se encantam com o que os olhos alcançam. Retina que filtra tudo enquadrado, composto, pronto para ser pintado. Trabalhador meticuloso, lento como se movesse ao contrário do tempo. Emoção pura, não precisa ser rotulado, é pop no comportamento e um velho hippie em sonhar com a paz e com o amor.
Acreditando na arte como redenção, insistindo em ser um ser útil na lúdica opção que fez na vida, vagueia pelas ruas de Goiânia um artista que fez um pacto com o belo e que encara de frente um mundo cada vez mais amigo dos bandidos.
Gomes de Souza
Jan. de 2006
Carlos DACRUZ é conterrâneo de importantes artistas da efervescente geração dos anos setenta e oitenta. Décadas frutiferas para as artes goianas. Dividiu criatividade com nomes como: Roos, Amaury Meneses, Gomes de Souza, Omar Souto, Iza Costa, Cléa Costa, M. Cavalcanti e tantos outros que aprendiam com os mestres: D.J. Oliveira, Cleber Gouvea, N. confalloni e Gustavo Ritter. Claro, todos iluminados pelo brilho de Siron Franco.
Começou a expor em 75, lá se vão 30 anos de embate entre a arte e a vida, confundindo uma com a outra, pagando o preço que pagam os que desviam do caminho pronto e traçado. Nesse tempo, perdeu a conta de quantas exposições fez. De quanto ganhou e de quanto pagou para ser um artista. Sofreu, ao descobrir que a arte é um ente ciumento que cobra atenção e dedicação, uma amante carente que persegue os criadores em seus pensamentos mais íntimos. Sua paleta grita em tons alegres, escondendo a angustia exibida em árvores, montes, casas e família voando pelos ares, dançando ao acaso pela superfície da tela. São temas autobiográficos. Dacruz, em certo momento de sua vida viu conquistas sólidas voarem surréalisticamente de suas mãos, época em que bebeu seu próprio coração.
Artista intimista de um virtuosismo barroco mesclando a contemporaneidade dos coloristas aos sentimentos dos poetas que se encantam com o que os olhos alcançam. Retina que filtra tudo enquadrado, composto, pronto para ser pintado. Trabalhador meticuloso, lento como se movesse ao contrário do tempo. Emoção pura, não precisa ser rotulado, é pop no comportamento e um velho hippie em sonhar com a paz e com o amor.
Acreditando na arte como redenção, insistindo em ser um ser útil na lúdica opção que fez na vida, vagueia pelas ruas de Goiânia um artista que fez um pacto com o belo e que encara de frente um mundo cada vez mais amigo dos bandidos.
Gomes de Souza
Jan. de 2006
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